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Pandemia .Encontrando equilíbrio no caos.

Atualizado: 22 de mar. de 2020

A humanidade está passando um momento muito intenso, que evoca sentimentos antagônicos. Temos muito medo e muita vontade de auxiliar.


Sem entrar na especulação das várias teorias sobre este assunto, aonde dedicamos energia tentando entender o processo em si, a questão é que existe toda uma comoção; que nos conduz a rever posições e reavaliar o uso do conhecimento que temos. É neste sentido que deposito um olhar atento, percebendo que a informação é o melhor instrumento.


Primeiro, o que é o medo? Medo é uma emoção básica. Básica significa que existe no nosso programa corporal inato; e existe para que a vida seja mantida.

Temos naturalmente, todo um sistema de alerta máximo para proteção; e perceber o medo, é a condição necessária para que entrem em ação, a partir do tronco cerebral, toda uma rede complexa de informações químicas, que fará com que músculos, sentidos e ações, se organizem de forma coordenada para que a vida seja preservada.

Uma forma simples de entender isso, é quando estamos em alerta aguardando uma notícia, ou uma visita.

A fome diminui, a respiração fica diferente, não pensamos em outra coisa. Esta é uma resposta natural do sistema simpático, que se organiza para uma prontidão focada. Ou seja, toda a atenção está em uma única direção.

O sistema simpático, aquele que responde pelo conhecido sistema de luta-fuga; neste momento encharca-se de hormônios reativos como adrenalina e cortisol.

Atendida a expectativa, o sistema desliga e deveria ocorrer o relaxamento natural, operado pelo sistema parassimpático; aquele aonde nós podemos fazer respirações profundas, imaginando uma luz dourada nos envolvendo.

É isso que os animais fazem. O tigre faz aquela arrancada de exigência total e, conseguindo ou não alcançar a presa, ele desliga e deita, aceitando pacificamente o resultado.

Eu quase posso garantir que tigres não sabem meditar. Eles apenas funcionam obedecendo as informações de limite.

Acelerador-freio, cada um ao seu tempo, no limite saudável.

Nós, seres humanos, acredito que por conta da nossa capacidade de fazer reflexão, deslocamos nossa presença, nossa mente, para passear entre passado e futuro.

É uma habilidade, mas somos complexos demais e - entre luz e sombra - somos muitas nuances.

A mesma habilidade de fazer provisionamento, tentar perceber o que há ali na frente, impacta neste sistema de luta-fuga, que é o mesmo desde nossos mais antigos ancestrais e respondemos, quimicamente, do mesmíssimo modo, porque é resposta orgânica.

Toda essa pressão, está mexendo com o nosso sentido de sobrevivência e, portanto, do medo da morte em suas nuances, prioritariamente, por alimentos, segurança e liberdade. Estamos apavorados, mas é a resposta bioquímica coerente!

Então, para nosso benefício, precisamos entender o que é medo. Medo quer dizer: Viva! E viva agora!


Mas, somos complexos e estamos tentando controlar. Eu gostaria que entendêssemos que não é possível controlar, mas é absolutamente provável que possamos fazer uma utilização mais saudável desta química toda; e aqui entram todas as ferramentas e saberes que já temos, que passam por todas as práticas terapêuticas conhecidas, disponíveis neste mesmo mundo integrado, em comunicação sistêmica e instantânea.


Ao longo da evolução humana fomos ficando cada vez mais juntos. Saímos do modo agrícola para o modo industrial e aprendemos a correr e competir. Fomos aprendendo a negligenciar o repouso - aquilo que o tigre faz depois da caçada - movimentados pelo sistemas sociais, transformados em máquinas. O ser saiu da moda, em nome do ter.


Aprendemos a pisar no acelerador e no freio ao mesmo tempo, exigindo muito do nosso corpo. Não sabemos parar.


A vida é sistêmica. Nada do que está acontecendo, foi construído agora.

Nos últimos trinta anos, todas as vertentes filosóficas e terapêuticas entraram numa onda de ascensão. Muitas terapias novas nascem desta onda. E ficamos muito felizes. Acatamos com amor. Gostamos quando achamos que temos controle.


Talvez, o crescimento destes saberes, tenham sido uma natural providência da consciência do planeta, nos preparando para viver exatamente o que estamos vivendo agora, capaz de evocar um repensar profundo e sistêmico. Seria então uma providência da consciência de Gaia e todos somos assistentes, assim como já ocorreu tantas vezes na humanidade?


Para mim, a diferença é todo este conhecimento disponível, que precisa ser melhor utilizado. Temos medo, como resposta psico-bioquímica natural e temos conhecimentos das teorias sistêmicas e a clara percepção de sermos todos um único organismo.

Estamos imersos no sentimento, cada vez mais óbvio, de que o ser solidário precisa vir à tona.


Temos esgotado o planeta. Está explícito que, da forma que funcionamos até agora, não é mais permitido. Então é hora de revisar.

Toda mudança gera uma crise, a sensação de perder é ruim, só porque fomos ensinados a perceber assim.


Mas, amigos, está em decurso o processo natural de repensar, reorganizar, compartilhar.

A sensação de cárcere, pode ser ressignificada para retiro interno. Para o auto cuidado, que envolve cuidar do entorno; do lixo, do alimento, da água, do outro.


Perceba para onde você está atraído. Para notícias desastrosas ou para conhecimento e informação?

Se for para conhecimento e informação, você está usando seu agente estressor de forma saudável, provavelmente tomando providências organizadoras e cuidando de você e do seu entorno.

Caso esteja atraído pelas notícias de previsões catastróficas, por favor, não tente resolver essa demanda sozinha(o). Busque alguma ajuda, alguma linha terapêutica que auxilie para que tanto a compreensão, como a resposta da dinâmica corporal, encontre um modo mais saudável para se expressar.


Eu sou terapeuta BodyTalk e, nesta abordagem, não criamos nada externo; vamos sempre no movimento de ENCONTRAR o ponto de equilíbrio e a saúde que já está na pessoa, via foco na natureza da sabedoria do corpo, respeitando toda a historicidade do indivíduo.


Este nosso tempo, disponibiliza a magia da comunicação à distância. Se ligamos para um número, toca só naquele número, sem nenhum fio a ligar, qual a dificuldade de aceitar que atendimentos terapêuticos podem ser feitos à distância?

Não há distância. Só há informação.


Então, vamos replanejar a nossa viagem, há muitos terapeutas, muitos métodos maravilhosos.

É muito, muito importante, que continuemos a encontrar a saúde, no meio deste caos.


Informação, solidariedade, responsabilidade social. É o que nos cabe.


--Celia Barboza Terapeuta Integrativa PaRama BodyTalk Abordagens Sistêmicas


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CELIA BARBOZA

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